Meu Cantinho

Eu precisava urgentemente de um lugar onde eu pudesse "guardar" frases que leio ou escuto por aí, e não as quero esquecer... Poesias, textos, pensamentos... As mais variadas coisas que encontro tanto no mundo virtual, quanto real. Quero guardá-las aqui. Não é apenas um "blog". É um reduto onde há muito carinho. Se você gostou, faça-me companhia. Amigos e simpatizantes são bem vindos.

Apenas se vê bem com o coração, pois nas horas graves os olhos ficam cegos. (Exupéry)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O poema Canção do Exílio, foi escrito em julho de 1843, em Coimbra, Portugal. Nele o poeta brasileiro retrata a saudade que sentia de sua Terra Natal: Brasil.


Canção do exílio

  "Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."



Nascido em Caxias, no estado do Maranhão, era filho de uma união não oficializada entre um comerciante português com uma mestiça cafuza, brasileira (o que muito o orgulhava de ter o sangue das três raças formadoras do povo brasileiro: branca, indígena e negra).

Foi estudar na Europa, em Portugal em 1838 onde terminou os estudos secundários e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1840), retornando em 1845, após bacharelar-se.
No ano seguinte ao seu retorno conheceu aquela que seria sua grande musa inspiradora: Ana Amélia Ferreira Vale. Várias de suas peças românticas foram escritas para ela
Gonçalves Dias pediu Ana Amélia em casamento em 1852, mas a família dela, em virtude da ascendência mestiça do escritor, refutou veementemente o pedido. No mesmo ano retornou ao Rio de Janeiro, onde casou-se com Olímpia da Costa.
Voltou à Europa em 1862 para um tratamento de saúde. Havia contraído a tuberculose. Não obtendo resultados retornou ao Brasil em 1864 no navio Ville de Boulogne, que naufragou na costa brasileira; salvaram-se todos, exceto o poeta que foi esquecido agonizando em seu leito e se afogou. O acidente ocorreu nos baixios de Atins, perto da vila de Guimarães no Maranhão.

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